As técnicas de sensoriamento remoto atuais possibilitam a análise e processamento de diversas informações referentes à superfície terrestre, contribuindo para estudos de parâmetros biofísico das vegetações. Os índices de vegetação surgem portanto neste cenário como uma ferramenta de avaliação das plantas, com grande destaque no manejo agrícola, dando suporte ao monitoramento climático e análises temporais, edáficas e fenológicas da vegetação, por meio da avaliação dos valores de reflectância e realce das variações de densidade e vigorosidade das áreas vegetadas.
Os índices possuem diferentes finalidades, alguns índices têm sido desenvolvidos para caracterização dos dosséis da vegetação, enquanto outros focam na variabilidade da clorofila das áreas analisadas.
O índice de vegetação mais utilizado é o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada-NDVI. O NDVI, Índice de Vegetação da Diferença Normalizada, é uma maneira prática e eficiente de mensurar a saúde de vegetações por meio da análise de imagens de satélite processadas. Este índice tem apresentado notoriedade no meio agrícola nos últimos anos e a sua utilização pode ser de grande importância para o produtor rural.
Ele é baseado na reflectância de comprimentos de onda por parte da superfície terrestre. A luz solar, quando incidida sobre a Terra, é, em parte, absorvida, em parte, refletida e, em condições ideais e saudáveis, as plantas tendem a absorver os comprimentos de onda no espectro da luz visível e a refletir os do infravermelho próximo.
Desta forma, o NDVI é capaz de calcular a quantidade de clorofila e o grau de absorção de energia pelas plantas, descrevendo a atividade fotossintética. Os níveis de NDVI variam de -1 a +1 e, para cada faixa de valores, é atribuída uma cor. Níveis mais altos indicam melhor estado de saúde da plantação.
O NDVI porém ainda apresenta alguns problemas, principalmente devido à influência da reflectância do solo. Desta forma, em 1988, Huete desenvolveu o Índice de Vegetação Ajustado ao Solo SAVI, que é uma melhoria do NDVI a partir da aplicação de uma constante , minimizando os efeitos da cor do solo nos seus resultados.
Outro índice bastante disseminado na agricultura de precisão é o índice de área foliar (IAF), que representa a área de folhas por unidade de terreno. O aumento do IAF ocorre em função tanto do aumento do número de folhas por colmo, como do aumento da área foliar individual. O índice de área foliar é a relação entre a área da folhagem e a superfície do solo por ela ocupada e é variável de acordo com espécies vegetais, clima, estações do ano e estádio de desenvolvimento da planta.
O IAF pode oferecer importantes informações na compreensão da dinâmica da vegetação em ecossistemas terrestres, uma vez que é determinante em processos produtivos como a interceptação da radiação e trocas gasosas e de água com o meio, além de interferir em aspectos ecológicos importantes, como a competição inter e intraespecífica entre plantas, a retenção de carbono e a conservação do solo e ser um componente dos ciclos biogeoquímicos em ecossistemas (BREDA, 2003).
Levando-se em consideração esses aspectos é possível avaliar a grande aplicabilidade destes índices físico em várias áreas do conhecimento.
As imagens de índices de vegetação irão apontar o estado do cultivo, facilitando a identificação das necessidades no campo e, consequentemente, auxiliando na tomada de decisões precisas pelo produtor.
Dentre os diversos benefícios da análise de índices de vegetação, podemos destacar o monitoramento de plantações, a detecção secas, localização de pragas, estimativas de produtividade, modelagem hidrológica, dentre outros. Com estas informações, o agricultor tem a oportunidade de corrigir os erros no plantio com mais exatidão, gerando economia, aumento da produtividade, redução de perdas e diversas outras vantagens.
Fontes: BRÉDA, N.J.J., 2003.
WATSON, D. J. , 1947.
DA SILVA, et al. ,2015
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